Saudoso maestro soberano

Três dias após a morte de Tom Jobim, em 11 de dezembro de 1994, foi lançado o seu último álbum " Antônio Brasileiro". O encarte já é, em si, um maravilhoso convite ao intimismo de sua arte e música, com a fotografia de Ana Lontra Jobim, da vista da praia de Ipanema (Arpoador) e da citação de Saint Exupéry, nos incitando a ver com o coração, pois o essencial é invisível aos olhos, um verdadeiro convite à beleza! Produzido por Paulo Jobim e Daniel Jobim, conta com participações especiais de nomes como Sting, Ron Carter e Dorival Caymmi. Traz belas surpresas, como a letra em inglês para Trem Azul, de Lô Borges e Ronaldo Bastos, a belíssima Forever Green, feita por Tom em parceria com Paulo Jobim, a graça e doçura da voz de Maria Luiza Jobim, com sete anos de idade nesta faixa e no samba de seu nome, que ganhou do pai. As 15 canções traduzem a excelência do bom gosto jobiniano nos levando a uma perfeita viagem musical. O álbum traz como última faixa, " Trem de Ferro" , poema de Manoel Bandeira, musicado pelo maestro soberano e no final do encarte, uma citação de João Guimarães Rosa, " o resto era o calado das pedras, das plantas bravas que crescem tão demorosas, e do céu e do chão, em seus lugares".